17 novembro 2016

Um ser nu

O corpo num cansaço libertador de uma explosão silenciosa e ruidosa e silenciosa e ruidosa e e e e e e e ou estar a ir ser o ir ser o avanço e o recuo para a frente. Um querer partilhar, um querer que é só em si. Uma pausa. Uma música bonita. Um respirar e sentir o teu cheiro na multidão. Essa putrefacção imunda do suor que se enfia pelas narinas com uma beleza felina. Reconhecer o âmago de outrora agora vazio e estar todo: ser completo complexo perplexo pelo redor. Pelo redor mental, imaginário e o redor tão físico e palpável. Corpos que se jogam, corpos aquecidos esquecidos de si e jogantes. Brinquedos felizes concentrados, tensos e relaxados, que aguardam o inesperado trazendo-o. Uma lembrança de nós traz uma descompensação na concentração de há pouco. Uma espécie de vergonha de estarmos tão nus que nem nós somos. Um ser nu que é ele. Um ser nu que não é ele. Outro que não tem de ser um ele. Um ser nu, que não é ele.