07 dezembro 2010

É este o grito que não sai, o excesso de poesia e de beleza da vida.
A vida, essa estranha forma de arte, que vamos desperdiçando e aproveitando. Repetidamente até que a obra se dê por finita.
O mais estranho de tudo é o sofrimento que envolve toda esta assolação do espírito. E a sua débil reconstrução. São estas nossas reinvenções baratas que nos guiam ao nós. Aquilo que mostramos como essência transformada, a fusão entre o que somos, o que acreditamos, o que nos fazem ser, como nos vêem... E todas as restantes infinitas formas do acto de se ser.
E com isto deparo-me com o desejo de que um dia tenha palavras suficientes para contar-me a vós.


This is the scream that doesn't appear, the excess of poetry and beauty in life.
Life, that strange art that we have been wasting and enjoying. Repeatedly until the master peace stay complete.
Strangest of all is the suffering that surrounds all this desolation of spirit. And its weak reconstruction. These are our cheap reinventions that guide us to us. What we show is how that essence is transformed, the fusion between what we are, what we believe, what they made us to be, how they see us... And all the other countless shapes of the act of being.
And with that I am faced with the desire to one day to have enough words to tell myself to you.

07 novembro 2010

Quotidiano cerebral
Já sentia esta tua falta de mim. Este acerto de imagens nas memórias imaginárias que nos passeiam à chuva. É já hora de ter saudades e de as sentir. Saudades dos momentos que sonhei serem sonhos partilhados e de todas estas estranhas formas de te amar. Seguro é só que é bom ter isto que acreditei vir a ter e que agora é a minha realidade. Uma realidade não triste, não feliz mas pura.

03 novembro 2010

Queria que me quisesses num querer tão puro que invejava o meu.
E tal egoísmo só me toca porque te quero num querer verdadeiramente intenso.
Está agora o vento imenso manso
Reparou no meu primeiro querer e quietou-se aqui complacente.

Até logo, já tenho companhia.

19 outubro 2010

Irrealizar

Diluindo pedaços de espaço e tempo se passa esta estranha estranheza no que não passa de isto mesmo. Poderá ser a racionalidade sub-repticiamente drogada por perder o comboio das horas e apanhar o dos segundos. Sem me responder passa este comboio onde o meu cérebro está envolvido. É como se fosse uma espécie de aluamento do irreal, para pedir à realidade que se irrealize.

18 setembro 2010

É lá que o mundo é feliz!

Vai ser bom ter-me lá onde o mundo é feliz, como nuns momentos atrás (e noutros que se seguem) ele foi. O mundo é assim: lembra-se de só ser feliz durante pouco tempo. É, o mundo, feito de efemeridades e deleitamentos.
Ambiguidades, dicotomias, oximoros, paradoxos e antíteses.
E nesta infelicidade feliz vamos na corrente, com mais ou menos luta, para encontrarmos mais momentos felizes, como estes de agora e de agora já não.

30 agosto 2010

I've been complaining about the work and not interesting people I've met here in Sines. Or the way that my back hurts because my bed is so so good for it...
In the end I've to realize that I really met some interesting people. Michaela (I don´t know how to write her name) and Seny (again) two Romanian girls that worked with me this summer. They are the most worker people that I can met in my all life time. Seny is 24 years old its crazy (enough) and it's been wonderful to work with her. Michaela is almost a workaholic, dedicated mother and wife. She is so humble and sympathetic that makes me feel really proud of meeting her. An other person that worked with me is Mário, He teach me all that I know about restaurants and today I can serve people like ministers. Not that ministers are more than other people but it's just an example.
Another thing I have to value it's Morgavel beach and it sunset over the sea. It's just gorgeous that orange sky and the red sea aawww!

An I don't want to continue this text. Maybe later.
[Sorry about the possible (probable) errors]

12 julho 2010

Vou seguir...

Tem sido esta uma máxima que me rege por obrigatoriedade. Uma obrigatoriedade imposta à minha vida por erros, azares e infortúnios. Vicissitudes que me apoquentam não pela sua gravidade, mas pela sua consecução e impertinência. Digo-vos vou seguir, restar-me-ia outra opção mas quero agarrar sortes e viver mais felicidade e paz. Vou seguir porque é em lutar que se ganha e não no ganhar e é em não perder que se ganha e não no ganhar. E se a razão tem menos controlo que o desespero pela sorte vou queixar-me e seguir na mesma.
Um dia um homem sábio disse para tentar mudar o mundo antes que ele me mudasse. Pois cá estou eu a ouvir música que escolho a escrever o que penso, a não ser corrompido por hediondo vagas de lazeres supérfluos, sobejos para a minha actualidade.

Vou seguir...

Porque hoje vi uma pequena menina brincar com duas bonecas uma de qualidades estéticas africanas despenteada, aparentando ser a boneca preferida, consequentemente mais usada e outra de aparência nórdica pouco estragada tanto nas tintas como no cabelo. A menina fazia com que as bonecas lutassem por nenhum motivo enquanto a mãe não a acarinhava nem beijava.

Vou seguir...

Porque a menina que vi me lembrou de mim em criança em que brincava com a minha colecção de animais selvagens e mais uns pequenos piratas que não me lembro como foram fazer parte dos meus brinquedos.
Inventava sempre a mesma história, que ia acontecendo durante anos em locais diferentes da casa dos meus pais. O Leão com cara de bom era amigo do tigre que era o meu preferido e ao mesmo tempo o mais forte. O leão com cara de mau era amigo dos piratas e atacava o reino do leão bom. Os piratas lutavam contra os macacos. E haviam mais uns animais que iam rodando: ou eram maus ou eram bons, falo do rinoceronte, do elefante, do gorila e da girafa. (A girafa rodava porque apesar de ter aspecto gentil era grande e isso incomodava-me porque eu era o rapaz mais pequeno da minha idade.) Seguindo na luta... O leão com cara de mau lutava com o leão com cara de bom e quando o leão com cara de bom se aleijava vinha a leoa que namorava com ele e dava-lhe beijinhos. Ao mesmo tempo vinha o tigre lutar com o leão com cara de mau e ia lutando, apenas defendendo-se, e tentando explicar ao leão com cara de mau que ele podia ser simplesmente bom e todos seriam felizes. Depois lá havia um momento em que o tigre era obrigado a atacar ganhava e quando tinha a oportunidade de matar o leão com cara de mau convencia-o a ficar bom e todos acabavam felizes e amigos.

Vou seguir...

Porque quero coisas grandes, quero encher-me de tudo o que conseguir... E de pessoas... E de experiências... E momentos... Quero muito e lutarei por isso.

03 julho 2010

Cabeça minha

Como funcionas cabeça minha
Quando enlouqueces assim por coisas destas
Coisas das gentes imaginárias de ti
E não de ti mesma
Ou não habitualmente de ti
Meu ser desequilibrado
por imaginação de feliz loucura
Pouca probabilidade e muito querer

Será o teu sonho alcançável
com tanta exigência
E tão pouca sobriedade de pensamentos
Hoje não tens regras que te guardem
E o amanhã que ontem te prendeu
Ficou-se gasto de conformismo
Agora queres tudo

Cabeça minha tola
Acanha-te uma vez de sensatez.

21 junho 2010

Vi-te enquanto voavas e deleitei-me a sonhar-te.
Sorrias encantando um mundo que se acanhava de te ver.
Notaste-me perdido,
Despojado,
Ali nu
Sem a armadura habitual dos homens com medo.
E eu vulnerável
Deixei-me ficar.
Mereci ali
O que agora contínuo a querer sonhar
E agora me faz jazer
Inócuo por amor.

19 maio 2010

Poetry

Once a wise men told me that poetry was freedom. That time I thought he was wrong and poetry wasn't freedom but love. Years later I was writing a poem and the subject was loneliness. So I realized that your poetry was actually the words that speak without knowing that you're helping them to go on.


"Sou o fundo de uma malga usada,
Empilhada com pratos, copos e talheres,
Que espera alguém que lhe passe o esfregão.

Vi fugir todos os condimentos.
A cada colherada ficava mais frágil,
Mais inútil.
Sem nada para segurar.

Vi o céu aproximar-se gradualmente
Até me esmagar contra o tampo da mesa.

Vi o mundo afastar-se,
Deixando-me aqui solitário...
Tendo como miragem um fio de água da torneira.

Só me resta o contentamento
De ser apenas o fundo de uma malga suja,
Sem planos futuros,
Sem fio de água,
Sem esfregão,
Sem felicidade,
Sem sonhos,
Solitário,
Sem vida."

04 maio 2010

Resoluções

Depois de passada a loucura, mas ainda numa incerteza de frágil estado, vejo um futuro com mudanças. Aquela palavra que assusta e sabe bem, ou queremos e sabe mal, ou não nos apercebemos do sabor, ou não a notamos.
O certo é que num tempo que não pára e que avança cada vez mais rápido devido à sua relatividade nas nossas vidas a palavra mudança não é ainda nem será algo que se possa entender como bom ou mau.
Parabéns aos audazes que a inserem por mérito nas suas vidas.
Quanto a mim tenho na palavra mudança uma resolução e vou mudar mais coisas para que as resoluções também possam, assim, ser mais.

23 abril 2010

Sou a favor da união entre homossexuais. Não sei como esses filhos da puta que andam para aí contra esta ideia o podem ser. Sim são uns filhos da puta que não defendem nem o amor, nem o direito de igualdade que é constitucional em Portugal um país livre. E há filhos da puta ainda maiores que dizem, mas dizem mesmo acreditem em mim, que a homossexualidade é uma doença.


30 março 2010

Uma Tarde em Leiria

(parque)

Tenho-me largado bastante pelo mundo. Caído aí, no chão de todos vós.
Aprecio o som chilreante dos pássaros, do bater das cascatas de água e até o som das intrépidas crianças que se passeiam em correrias desenfreadas no parque.
Também eu já me passeei assim e já fui feliz numa minha correria. Não me largava por aí, mas queria, não sabendo o que era isto de me largar, simplesmente me deixava ir.
Oxalá pudesse estar só e oxalá pudesse simplesmente estar. Estar num estado tão puro que os pensamentos eram a água da cascata a bater.

(castelo)

Je suis dans un autre monde. An other world that I'm not capable to explain.
Agora vejo maravilhas que a história de outros nos deixou por legado. Uma bela vista na imponência de uma torre que de prenda me oferece bem estar.
Mais gente, como eu, se encanta com estas boas sensações visuais.
"(...)Por merda na boca pague por testemunho dos homens bons 60 soldos(...)" in Foral de Leiria (1195) D. Sancho I
Ana Maria da Silva Fernandes, parei para conhecê-la: uma pequena e simpática pessoa interessada em saber coisas.
Descanso agora na larga varanda que pousa os olhos na cidade de Leiria.

(um café e uma água natural)

O cansaço físico de hoje começa a associar-se ao resultado do esforço psicológico de ontem e à falta de dormida causada por conversas tardias. Depois de umas bolachas, procuro refúgio num café e numa água natural, enquanto espero a próxima companhia ouvindo as gargalhadas de quem companhia já tem.
Não faz sentido ter férias amanhã, mas vão ser-me essenciais para me estabilizar. Mas também esta música que agora aqui caiu me ajuda, pelo menos por agora, pois sabe a água quando se tem sede. É bom quando a música sabe a água quando se tem sede. Adoro esse preenchimento.

(um pensamento de turista)

É mais difícil ser turista onde nos podemos encontrar mais facilmente. É mais fácil quando nos abstraímos das coisas e das pessoas, observamos apenas e libertamos a mente para que a divagação flutue pelo mundo sem obstáculos e preconceitos.
Seria melhor se tudo fosse novo e nada familiar. Seria melhor se tudo nos fosse mais estranho e surpreendente.

23 março 2010

Guardo isto comigo. Não é uma informação, nem é um objecto. Oxalá fosse um desejo ou um sentimento. Quisesse eu derramar lágrimas e mesmo sangue por isto, não valeria a pena. Nem de animal ou de pessoa se trata.

São apenas horas, na madrugada e eu largo-me aqui, onde me devo largar e como me devo largar. Controlo o que não devo controlar e sinto o que não quero sentir. Depois apercebo-me que o sentimento indesejado é apenas isso e não algo maior como isto que guardo comigo.

As emoções são para os que não querem guardar coisas destas, coisas que são só de si maiores, mesmo que não as vejamos assim. E o frio que me abala é só um pequeno desconforto que vou corrigir depois.

Agora vou matar-me esta fome, mais tarde trato disto.

15 março 2010

II - Aqui onde se sonha

E se pensa em ti,

Que só lês,

Perde-se a fantasia

Sem saber os porquês.

Esta tamanha liberdade que só se entende vivida

De prosa poética e poética prosa

Que em ti não é entendida,

Se falhar o perdido e esquecido

Exangue pensamento

No que não interessa

E não é necessário,

Que passo bem sem ele,

Rio de fervor.

E exalto deuses de muito pouca divindade,

Que menos que eu são

E amordaçados à realidade

Da vida que tenho má

E de bons momentos.

Se assim pensados

Que ou não são vagos.

Não esqueçam tu e ele

Que se por aí não passei

Mais que tu sei

E dele nada tento,

Pois a ti melhor conheço:

Lês-me o conselho

Que não deve ser ouvido.

E se nada ou tudo foi entendido

Desta repetida liberdade

Num importuno desabafo

Se expõe de incoerência abusiva

Um sonho de desrespeito e espontaneadade.

Ser inato e só que aqui te prostras nu.

13 março 2010

Prioridades

Naquelas situações em que tomamos decisões, às vezes incorrectas, e assumimos compromissos que não queremos assumir, apenas porque pensamos ser o melhor para a vida... Nestas ocasiões estabelecemos prioridades.
Umas vezes as prioridades são emocionais e espontâneas e são estas as vezes que mais gostamos e odiamos. Outras vezes o estabelecimento das prioridades é feito em perfeita consciência das consequências dos acontecimentos e é um acto de pura racionalidade que, por mau hábito, não nos orgulhamos, apesar de ser uma demonstração do Homem como animal racional.

Neste meu ponto de vista sobre a racionalidade e o orgulho que temos nela quero ainda dizer que hoje estabeleci uma prioridade nem emocional, nem consciente, mas altruísta.

06 março 2010

Ao som de Joanna Newsom

Está uma noite calma de pouca chuva a cair lá fora. Eu largo-me aqui sentado à lareira e, ao som de Joanna Newsom, vou desfrutando de uma deliciosa tarte maçã ladeada de uma infusão de camomila.
Com estes pequenos prazeres em que me deleito neste meu presente estou verdadeiramente não infeliz.

Se a felicidade fosse inatingível como estava eu agora?